Enquete # 15 - Textura dos solos x doses de herbicidas

Essa enquete agora enriquecida com o os dados médios de matéria orgânica da camada arável dos solos, não interfere nas suas respostas.

Os teores de argila e de matéria orgânica do solo tem enorme importância na dosagem correta dos herbicidas porque estão diretamente ligadas ao grau de umidade e a adsorção desse produto químico. Além disso, o grau de acidez (pH) também deve ser considerado. A textura do solo tem enorme importância na dosagem correta dos herbicidas no solo porque está diretamente ligada ao grau de umidade e a adsorção desse produto químico.

Além da textura, o teor de matéria orgânica e o grau de acidez (pH) devem ser considerados. Uma característica do solo muito importante na performance do herbicida, que está diretamente relacionada com os teores de argila e matéria orgânica, é a capacidade de troca de cátions (CTC). Nos solos tropicais, como os solos brasileiros, a CTC do solo dependente do pH, ou seja, as quantidades de cargas negativas tendem elevar-se com a calagem aumentando a adsorção do produto nos colóides, conseqüentemente influi nas dosagens dos herbicidas. A figura 1 apresenta os limites dos teores de argila nos solos e a respectiva classificaçao textural.

Figura 1.Classes textural dos solos.

Figura 1. Classes textural dos solos.

São recomendadas doses menores de herbicidas nos solos de textura arenosa, doses mais altas nos solos de textura argilosa ou muito argilosa, e doses intermediárias nos solos de textura média. Em outras palavras, as doses mais elevadas de herbicidas nos solos com maior teor de argila (e matéria orgânica) objetivam compensar a grande adsorção desses produtos.

Outro aspecto importante é que os herbicidas são mais facilmente lixiviados quando a textura é arenosa em todo perfil (Neossolos Quartzarênicos). Em outras palavras, as doses mais elevadas de herbicidas nos solos com maior teor de argila (e matéria orgânica) objetivam compensar a grande adsorção desses produtos. Por outro lado, os Latossolos Ácricos possuem alto teor de argila, mas apresentam comportamento de solos de textura com médio a baixo teor de argila quanto a facilidade de secar. Isso ocorre principalmente devido a forte microagregação da fração argila (figura 2), o que também influi na performance do herbicida.

Figura 2.Microagregados de argila com tamanho de areia no Latossolo ácrico da usina Jalles Machado da regiao de Goianésia (GO).

Figura 2. Microagregados de argila com tamanho de areia no Latossolo Ácrico da usina Jalles Machado da regiao de Goianésia (GO).

A figura 3 mostra o mapa do Estado de São Paulo considerando a área explorada com cana-de-açúcar e a textura da camada arável dos solos. Verifica-se na figura 4 que na área de cana-de-açúcar predominam solos de textura arenosa e medias e menor proporção solos de textura argilosa e muito argilosa na camada arável.

Figura 3.Mapa de ocupaçao do solo paulista com cana-de-açúcar e a textura da camada arável.

Figura 3. Mapa de ocupaçao do solo paulista com cana-de-açúcar e a textura da camada arável.  

Figura 4.Textura da camada arável dos solos paulistas ocupados com cana-de-açúcar. 

Figura 4.Textura da camada arável dos solos paulistas ocupados com cana-de-açúcar.

O quadro 1 apresenta os valores médios de matéria orgânica da camada arável dos solos ocupados com cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, discriminados nas variações dos teores de argila. Esses valores médios de matéria orgânica resultam da pesquisa de interpretação de centenas análises de solo da camada arável dos solos paulistas. Nos locais de altitudes bem mais elevadas dos que os estudados certamente os valores de matéria orgãnica são pouco mais elevados do que os citados no quadro 1 porque as temperaturas mais baixas desses locais são responsáveis pela decomposição mais lenta do material orgânico e conseqüente acúmulo na superfície do solo.

Os solos apresentados nesse foram classificados segundo a nova nomenclatura da EMBRAPA (1999) e correlacionados com a classificação antiga do Brasil (1987) e com a dos Estados Unidos (1996).

Quadro 1.Valores médios de matéria orgânica (M.O.) na camada arável dos solos paulistas explorados com cana-de-açúcar.

Solos Brasil - 1.999 Solos Brasil - 1.987 Solos Estados Unidos - 1.996 M.O.%
Nitossolos muito argilosos Terras Roxas Estruturadas very clayey Alfisols 3,5
Nitossolos argilosos Terra Roxas Estruturadas clayey Alfisols 3,0
Latossolos muito argilosos Latossolos very clayey Oxisols 3,5
Latossolos argilosos Latossolos clayey Oxisols 3,0
Latossolos textura média * Latossolos loamy Oxisols 2,2
Latossolos textura média ** Latossolos loamy Oxisols 1,7
Argissolos textura média/argilosa Solos Podzólicos Tb loamy /clayey Ultisols and loamy/clayey Alfisols 2,2
Luvissolos textura média/argilosa Solos Podzólicos eutróficos Ta loamy/clayey Alfisols 2,2
Argissolos textura arenosa/média Solos Podzólicos Tb sandy/loamy Ultisols and sandy/loamy Alfisols 1,0
Luvissolos textura arenosa/média Solos Podzólicos Ta eutróficos sandy/loamy Alfisols 1,0
Neossolos Quartzarênicos Areias Quartzosas Psamments 1,0

* teor de argila de 26-35% na camada arável

** teor de argila de 16-25% na camada arável

Seu nome foi escolhido para gerenciar uma equipe de técnicos para recomendar as dosagens de herbicidas nos solos com as seguintes características: solo A: 66% de argila, solo B: 19% de argila, e solo C: 6% de argila.

Após enquadrar esses solos na respectiva classe textural (figura 2) decida quais devem ser as dosagens do herbicida:

Resultado da enquete

Alternativa correta: E

Alternativa % de votos
a) Maiores doses nos solos C e A, e doses intermediárias no solo B. 11%
b) Semelhantes nos solos A, B e C. 5,6%
c) Mais altas no solo A, doses médias no solo C e doses baixas no solo B. 5,6%
d) Mais altas no solo B, doses mais baixas no solo C e doses intermediária no solo A. 5,6%
e) Mais baixas no solo C, doses mais elevadas no solo
A e doses intermediárias no solo B.
72,2%
Total de votos: 36

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