Enquete # 17

De acordo com CALDAS et al. (1978) as províncias vegetacionais do Brasil são representada pela floresta amazônica, cerrado, caatinga, pantanal, floresta atlântica e pampas (figura 1).

Figura 1.Regiões vegetacionais do Brasil (CALDAS et al, 1978).

Figura 1.Regiões vegetacionais do Brasil (CALDAS et al., 1978).

As informações de solos foram interpretadas no mapa de Solos do Brasil do IBGE (2001) e no cd rom Solos do Brasil (2005).

Região Norte

A floresta amazônica é sustentada por uma enorme diversidade de solos. Os Latossolos Amarelos predominam principalmente nas margens do rio Amazonas e afluentes (rios Madeira, Tapajôs e Xingú) e os Latossolos Vermelhos-Amarelos ocorrem especialmente nos Estados de Roraima , Amapá e Amazonas (afluentes dos rios Negro e Madeira).

Os Argissolos são mais comuns nos estados do Pará, Rondônia, Amazonas, Roraima e as maiores áreas de Plintossolos Háplicos concentram-se no rio Amazonas e seus afluentes (rios Juruá, Solimões, Japurá, Negro, e Madeira, principalmente).

As pequenas ocorrências de Neossolos Quartzarênicos concentram-se nos Estados de Roraima (afluentes do rio Negro), Rondônia (margem direita do rio Juruena), Pará (rio Cururu, afluente do rio Tapajôs) e Amazonas (margem esquerda do rio Negro). Nas baixadas ocorre expressiva área de Gleissolos Háplicos. No Acre ocorrem expressivas áreas de Luvissolos Crómicos, (principalmente entre os rios Juruá e Purus); e Alissolos Crómicos, principalmente na divisa com o Equador (entre os rios Juruá e Purus). No Pará, margeando o rio Xingu ocorre a mais expressiva área de Nitossolo Vermelho eutrôfico (afluente do rio Fresco). Gleissolos Háplicos e em menor proporção Gleissolos sálicos são comuns prôximo a ilha de Marajô.

Região Centro-Oeste

No cerrado predominam Latossolos, Argissolos.

Nos Estado do Tocantins e Goiás também ocorrem Plintossolos Háplicos (principalmente nas margens do rio Araguaia e seus afluentes). Neossolos Quartzarênicos ocorrem não sô nos afluentes do rio São Francisco, como também prôximo a Palmas (TO), Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT). No Pantanal matogrossense, prôximo a Campo Grande, predominam Planossolos Háplicos, Vertissolos, Espodosolos Hidromôrficos, Gleissolos Háplicos, e na região de Cuiabá ocorrem, principalmente, Plintossolos Háplicos, Planossolos Hidromôrficos, Planossolos Nátricos, e Argissolos. Neossolos Litôlicos e Gleissolos são também comuns em todos Estados dessa região.

Região Nordeste

Na região da caatinga os principais solos são representados pelos Latossolos, mas há também Luvissolos Crômicos (principalmente nos Estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia), Planossolos Nátricos (principalmente nos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia), Planossolos Hidromôrficos (especialmente no Ceará) e Vertissolos (principalmente na Bahia, nas margens do rio São Francisco). Entre Feira de Santana e Petrolina ocorre expressiva área de Planossolos Háplicos, que também ocorrem nos Estados de Pernambuco, Alagoas e Bahia. As áreas não muito expressivas de Neossolos Quartzarênicos localizam-se em Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Alagoas e Pernambuco. Nos Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte existem as maiores áreas de Gleissolos sálicos do Brasil. Nos tabuleiros costeiros além de Argissolos e Latossolos existem menores áreas de Espodossolos. Neossolos Litôlicos e Gleissolos são também comuns na região nordeste do Brasil.

Região Sudeste

Predominam Latossolos e Argissolos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Cambissolos também ocorrem nesses Estados principalmente nos locais de relevo mais movimentado. Nos tabuleiros costeiros além de Argissolos e Latossolos existem menores áreas de Espodossolos. Neossolos Litôlicos e Gleissolos são também comuns na região sudeste do Brasil.

Região Sul

Nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul ocorrem Argissolos, Latossolos, Planossolos Hidromôrficos, Planossolos Háplicos, Vertissolos, Chernossolos, e Nitossolos Vermelhos e Nitossolos Háplicos. As maiores áreas de Nitossolos Vermelhos eutroférricos do Brasil localizam-se no Estado do Paraná. Os Cambissolos Háplicos ocorrem em grandes áreas em Santa Catarina, e os Cambissolos Húmicos, especialmente concentram-se mais na região de Lajes.

Os Latossolos Brunos são comuns nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Neossolos Litôlicos e Gleissolos são também comuns nessa região.

Aspéctos de manejo dos solos do Brasil

A produção e decomposição da matéria orgânica nos solos sob floresta supera a do cerrado. No horizonte superficial dos solos concentram-se os níveis mais altos de matéria orgânica, que é diretamente responsável pela capacidade de troca de cátions dos solos, e conseqüentemente da retenção dos nutrientes. Abaixo do horizonte A há uma que acentuada de matéria orgânica, logo existe grande dependência das condições mais superficiais dos solos. Os nutrientes concentram-se mais na biomassa e a reciclagem dos nutrientes na floresta amazônica exuberante tem importância vital.

O sucesso da agricultura apôs o desmatamento nesses solos depende muito da manutenção dos teores dos níveis do referido material orgânico, pois o manejo incorreto leva a perdas da matéria orgânica (por erosão e pela exposição a altas temperaturas) comprometendo a produtividade apôs os primeiros anos da derrubada da vegetação natural. Uma vez derrubada da vegetação original deve-se ter os seguintes conhecimentos pedolôgicos:

Nos Latossolos geralmente há condição química desfavorável (são predominantemente distrôficos ou álicos) e ressecam-se rapidamente apôs a chuva e a irrigação especialmente se forem ácricos.

Os Latossolos argilosos da região de Goiás, Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro e região nordeste do Estado de São Paulo ocorrem numa superfície geomorfolôgica bem mais antiga do que a amazonense, por isso são mais evoluídos mineralogicamente. Desse modo, enquanto que os primeiros são latossolos gibbsíticos e/ou cauliníticos, os da amazônia são cauliníticos.Por esse motivo os Latossolos ácricos concentram-se na região centro-oeste brasileira.
Os Plintossolos tem como grande limitação a reduzida profundidade efetiva, o que restringe o enraizamento em profundidade, os Gleissolos e os Planossolos Hidromôrficos tem como principal limitação o excesso de água no perfil e o freqüente risco de inundação.

Os Argissolos apresentam a particularidade da quebra de capilaridade entre os horizontes A arenoso ou arenosa tendendo a média e o horizonte B bem mais argiloso, que é responsável pela permanência da água por mais tempo no perfil. Quimicamente podem apresentar alto u baixo potencial nutricional no horizonte B. Esses solos são muito erosivos devido a grande diferença de argila entre os horizontes A e B, e o relevo geralmente declivoso onde ocorrem.

Os Nitossolos apresentam estrutura bem desenvolvida, o que favorece o armazenamento e disponibilidade de água para as plantas e em local com precipitação pluviométrica favorável, mas por ocorrerem no relevo ondulado são erosivos. Os Luvissolos são, por definição, eutrôficos por isso apresentam elevado potencial nutricional no horizonte B e CTC alta na fração argila (Ta), mas o horizonte A não apresenta cor tão escura e com altos valores de matéria orgânica como dos Chernossolos.

Os Alissolos apresentam valores de CTC da argila relativamente elevados, mas é alta a saturação por alumínio e os níveis de alumínio tôxico no horizonte B, e são erosivos devido a declividade que favorece a enxurrada. Os Planossolos Nátricos são muito erosivos devido a grande diferença textural ao longo do perfil e a reduzida permeabilidade interna no horizonte B rico em sôdio, o que limita o enraizamento das plantas, em profundidade.

Os Chernossolos e os Vertissolos possuem elevados valores de saturação por bases e de CTC da argila, por isso são sempre, simultaneamente, eutrôficos e com argila de atividade alta (Ta) no horizonte B. Os Chernossolos, ao contrário dos Vertissolos possuem horizonte A muito escuro devido os altos valores de matéria orgânica. A maior limitação dos Chernossolos é a erosão porque ocorrem em locais declivosos.

A disponibilidade de água é mínima nos Neossolos Quartzarênicos que também apresentam reduzidos valores de matéria orgânica, de CTC, além de serem distrôficos e álicos, e muito erosivos porque são essencialmente arenosos ao longo do perfil. Os Latossolos Brunos apresentam como limitação o baixo potencial nutricional no horizonte B, os Latossolos Húmicos possuem tem a potencialidade de possuir espessa camada de matéria orgânica, e altos valores de CTC. Os solos salinos (Gleissolos sálicos), que ocorrem nas regiões semi-áridas e no pantanal matogrossense tem o excesso de sais como a mais forte limitação para as plantas por inibir a absorção de água. No manejo deve-se lavar o excesso de sais com água adequada. Os Neossolos Litôlicos por serem rasos dificultam o crescimento radicular em profundidade.

Resultado da enquete

Alternativa correta: D

Alternativa % de votos
a) A floresta amazônica é sustentada por solos predominantemente eutróficos. 19,1%
b) Latossolos e Argissolos não são comuns em todos Estados do Brasil. 23,4%
c) Na exuberante floresta amazônica não ocorrem solos arenosos. 0%
d) A região do cerrado praticamente não ocorrem solos com argila de atividade alta (Ta). 57,4%
e) A profundidade efetiva dos Plintossolos e dos Neossolos Litólicos não é restritiva ao enraizamento das plantas em profundidade. 0,1%
Total de votos: 47

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